Em 1984, entrou na discoteca Twin’s do Porto e disse: "Um dia isto vai ser meu." Há três anos, Batata Cerqueira Gomes realizou o sonho e hoje prepara-se para concretizar outro: a abertura do Twin’s Lx. Para levar para a frente este projecto que promete agitar as noites de Lisboa, o empresário convidou Eduardo Carvalho da Silva para seu sócio. A dias da inauguração, Batata propôs à CARAS que assistisse aos últimos preparativos antes da grande noite. – Faltam apenas algumas horas para a inauguração do Twin’s Lx. O que podemos esperar desta noite? Batata Cerqueira Gomes – Não gosto de pôr a fasquia muito alta, mas gosto de surpreender. E o facto do Twin’s Lx ser uma réplica do espaço do Porto já vai ser uma grande atracção. Quando vierem ao Twins vão sentir que isto é qualquer coisa de diferente do que existia em Lisboa. – Essa foi a razão por que decidiu vir para Lisboa? – Primeiro, foi porque esta é uma cidade que eu adoro, tem um encanto especial, e eu sempre quis ter cá um negócio. Depois, porque fiz também uma prospecção de mercado e andei muito na noite de Lisboa, mais ou menos camuflado, e vi que realmente nenhum sítio reunia o espírito e as condições do Twin’s do Porto. Por isso achei que esta era a melhor altura para abrir o Twin’s Lx. Se vai resultar ou não, não sei. Mas este espaço tem, de facto, um carisma especial. Acho que depois de abrir e de as pessoas virem aqui vão perceber porquê. – É um sonho tornado realidade? – É. Primeiro, porque desde 1984 que dizia que o Twin’s do Porto ia ser meu – é um espaço com 35 anos, mas nas minhas mãos está há três. E consegui. Depois, porque Lisboa é uma cidade linda, que adoro, apesar de ser portista ferrenho. Por isso, digo que o Twin’s Lx é o começo de um sonho, porque o sonho só fica realizado se isto for um sucesso. E para isso tem de se trabalhar muito, razão pela qual contamos com um sócio como o Eduardo Carvalho da Silva, que só aceitou este desafio à terceira… Eu sou muito teimoso. – Abrir este espaço na capital vai obrigá-lo a mudar-se para cá com a família? – Se a minha mulher, a Raquel, estivesse aqui, zangava-se já. [risos] Sou uma pessoa muito próxima da família, muito presente. Embora as pessoas associem sempre o nome Batata à noite. Eu sempre tive negócios na noite, mas nunca me senti um homem da noite. E para mim, a melhor coisa do mundo é estar em casa de pantufas, no meu sofá, de comando na mão, a chatear a família toda, ainda mais agora que sou avô… É lógico que Lisboa vai precisar de um bocadinho de mim, mas também não posso descurar o Twin’s do Porto. É lógico que estarei aqui sempre que for preciso. A minha preocupação é: como é que eu vou jogar com o Twin’s Porto e o Twin’s Lx? – Vai andar constantemente entre viagens? – Vou andar numa roda-viva de um lado para o outro. Acho que isso vai custar muito à Raquel, e aos meus filhos, a Carlota e o Luís. Eles não acham piada nenhuma. Às vezes estou aqui e ligam-me a pedir para ir para cima. Mas a Raquel é uma grande mulher e compreende isso perfeitamente. Tenho a certeza absoluta que se ela estivesse aqui faria o mesmo que eu, ela vive as coisas como eu… e também me diria para ter paciência, porque não iria abandonar isto. Este amor pela hotelaria, este gosto em agradar as pessoas, nasce connosco. – Então, apesar de reclamarem de uma certa ausência, apoiam-no… – A Raquel é a primeira a reclamar, com toda a razão, mas é também a primeira a arregaçar as mangas e a ajudar-me. Todo o sucesso que tive até agora agradeço-o e devo-lho a ela, porque se não fosse por ela não o teria de maneira alguma. – O facto de trabalhar à noite nunca o impediu de ser um pai e um marido presentes? – Já não trabalho à noite desde 2000, muito embora tenha negócios à noite. Os negócios da noite têm sucesso quando são preparados durante o dia, o segredo é esse. E é isso que eu faço. Eu gosto é de preparar a noite. – Portanto, tem conseguido gerir as coisas? – Eu e a minha mulher estamos sempre muito próximos e os nossos filhos já vivem loucamente tudo isto. Sempre assistiram às nossas conversas e às reuniões do pai e da mãe, porque, muitas vezes, sem querer, levamos trabalho para casa. Eles habituaram-se, e hoje em dia já discutem, dão opiniões e ajudam nos eventos. O que é muito bom. A Carlota é uma excelente relações-públicas, toda a gente diz que ela é igual a mim. E o Luís, embora esteja em Direito, já me ajuda no Twin’s, gosta de organizar, preocupa-se e troca muitas impressões comigo. Também sai ao pai, menos nos estudos. Ele é um excelente aluno, e isso herdou da mãe, porque eu sempre fui um ‘cabulão’. – Mas mesmo sem estudar conseguiu chegar longe… – O meu pai é médico e eu em miúdo também queria ser médico, lembro-me do meu pai dizer: "És burro se fores para médico. Só te peço uma coisa. Seja o que for que fizeres, nem que seja sapateiro, fá-lo bem."
Batata Cerqueira realiza sonho e prepara-se para agitar a noite de Lisboa
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