Divertida, irreverente, sensível, romântica, sempre pronta para uma boa farra ou um jantar de má-língua com as amigas e sempre no último grito da moda, Carrie Bradshaw é o paradigma da nova-iorquina moderna, sofisticada e sempre a par do que "está a dar". Protagonista de Sexo e a Cidade e narradora não só das suas aventuras e desventuras, mas também das vividas pelas suas amigas Samantha, Miranda e Charlotte, Carrie está de regresso com mais crónicas que misturam Nova Iorque e sexo, agora no grande ecrã. Motivo para uma conversa com Sarah Jessica Parker, a actriz a quem a personagem se colou de tal forma que já chegou a ser confundida. No entanto, ao contrário de Carrie, que vive à procura do seu príncipe encantado, mas lida mal com o compromisso – a menos que compromisso queira dizer Mr. Big -, na vida real Sarah assume os laços que a unem ao marido, o actor Matthew Broderick, e ao filho, James, de cinco anos, como um privilégio. – Depois do sucesso da série, teve alguma hesitação em aceitar fazer este filme?Sarah Jessica Parker – Sim, na medida em que eu me preocupo com tudo, questiono tudo, faz parte da minha maneira (o que às vezes é bom). Não me preocupei com o guião de Michael Patrick – gostaria de deixar bem claro que confio totalmente no que ele faz e sabia que ele produziria um filme lindo -, mas perguntei-me se eu estaria à altura. No íntimo, e ainda que com alguns medos, eu queria muito fazer o filme. E perante a vontade de estar com as outras novamente, as minhas inseguranças desapareceram. – Qual foi a melhor parte de voltar a ser Carrie?- Ter reunido as quatro, trabalhar com uma equipa maravilhosa, voltar às ruas de Nova Iorque e, principalmente, contar uma grande história. – Como está Carrie quatro anos depois do fim da série?- Ao lado do homem que ama e lutando muito para ficar com ele, com grande sucesso profissional e sempre muito ligada às amigas, ainda que cada uma esteja numa fase diferente, com marido, família, filhos, carreira. Carrie tem uma vida extremamente feliz, mas diferente da que imaginou quando tinha 20 anos. Uma coisa que Michael Patrick aborda especialmente bem no filme é que os amigos são importantes, mas nem sempre podem ajudar-nos a consertar tudo. Quando temos 20 anos e estamos deprimidas, as amigas arrancam-nos da cama, levam-nos a jantar ou a beber um copo e tudo fica bem. Com a maturidade, temos de ultrapassar as crises sozinhas. E agora Carrie é capaz de fazer isso. – Acha que Sexo e a Cidade pode ajudar outras mulheres?- Não sei se as outras mulheres podem aprender algo, mas eu geralmente aprendo com as mulheres que chegam até mim e me contam coisas da sua vida. – Carrie Bradshaw tornou-se um ícone de moda, inspirando mulheres de todo o mundo. A Sarah inspira-se em alguém?- Sim, inspiro-me mesmo em muitas mulheres, da vida real e da ficção. Uma personagem de um livro, cuja descrição seja muito detalhada, pode inspirar-me, ou actrizes em filmes antigos, adoro o modo como elas se vestiam e se comportavam. – Sexo e a Cidade influenciou o seu estilo de vestir?- Sim, em alguns aspectos. – Na série, a consultora de moda, Patricia Field, conseguia criar-vos visuais incríveis. Calculo que no filme também…- Sim, por exemplo, na cena do casamento levo na cabeça um pássaro embalsamado, que adoro. Não faço a mínima ideia onde a Patricia Field o encontrou, mas é um vintage com muitos, muitos anos, provavelmente dos anos 20. É de um azul-turquesa tão intenso que parece que foi mergulhado num balde de tinta. – Glamour para si significa?- Todo um estilo de vida e não apenas aquilo que se veste. – E sexy?- É um conceito que muda de pessoa para pessoa, mas depende sobretudo da autoconfiança. – Quando anda pelas ruas de Nova Iorque, as pessoas confundem-na com a Carrie?- Sempre. Até mesmo quando não estou arranjada – o que desilude algumas pessoas. – Mas parece sempre perfeita, impecavelmente vestida, penteada e maquilhada…- Mas na verdade não sei pentear-me – consigo fazer um rabo-de-cavalo -, não sei maquilhar-me, enfim, consigo pôr rímel e talvez lápis nos olhos, e só ando de unhas arranjadas quando estou a trabalhar, porque vou à manicura. [risos] – Alguma vez se sentiu frustrada por Carrie tomar uma decisão com a qual discordasse?- Eu não viveria a minha vida como ela, mas nunca julguei as decisões de Michael Patrick, na verdade, adorei tudo o que fiz enquanto Carrie e acho que essa é uma das razões para as pessoas se identificarem tanto com a série. – Na vida real, tem amigas como a Samantha, a Miranda e a Charlotte?- Sim, tenho amigas realmente próximas, mas não temos tanto tempo disponível para estarmos juntas como elas têm. Aliás, não conheço ninguém que tenha! – Existe uma receita para o sucesso de uma relação de compromisso como é o casamento?- Há uma listinha diária de coisas que devemos fazer – e isso vale para qualquer tipo de relação -, mas não há um livro que as ensine. E, para mim, esse compromisso é um privilégio. Se é isso que queremos para a nossa vida – estarmos numa relação a dois ou sermos mães ou pais -, então o compromisso é uma honra. – O seu filho já tem cinco anos. Pensa dar-lhe irmãos?- Nunca respondo a essa pergunta… Se digo que sim, vão dizer "mais um…", se digo que não, dizem que sou muito fria! [risos] – Como é que concilia o seu trabalho com a família?- Como qualquer mulher que tem um trabalho e uma família. Muitas vezes não retribuo telefonemas, passo duas semanas sem ver a minha mãe… Como mãe, a minha prioridade é o bem-estar do meu filho, depois, tudo o que conseguir administrar é fantástico.
Sarah Jessica Parker: “Adorei tudo o que fiz enquanto Carrie”
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